Uruguai
quer produzir e distribuir maconha
Projeto de lei propõe legalização controlada da droga com o
objetivo de combater o narcotráfico e a criminalidade
O governo uruguaio apresentará um projeto de lei para a
"legalização controlada" da maconha, pelo qual o Estado vai produzir
e distribuir a droga, visando combater o narcotráfico e a criminalidade,
informaram as autoridades nesta quarta-feira.
"Pensamos que a proibição de certas drogas está criando mais problemas à
sociedade que a própria droga (...) e com consequências desastrosas",
disse em entrevista coletiva o ministro da Defesa, Eleuterio Fernández
Huidobro, explicando que haverá "um controle severo do Estado sobre a
produção e a distribuição" da maconha.
A decisão é inédita na América Latina.
A proposta foi apresentada em meio a uma série de medidas analisadas pelo
governo do presidente de esquerda, José Mujica, com o objetivo de combater a
violência no país.
Atualmente, o Parlamento uruguaio analisa três projetos de lei, de distintos
partidos, que prevêem a legalização do cultivo de maconha para consumo próprio,
mas o governo teme que a medida seja utilizada pelo narcotráfico para
transformar o país em um "centro de fabricação e distribuição
internacional de drogas", disse o ministro Fernández Huidobro.
"Diante disto, nos inclinamos mais para o controle estrito do Estado sobre
a distribuição e produção desta droga", explicou.
"Consideramos os tratados internacionais, as relações com nossos vizinhos
e os temas diplomáticos que envolvem um passo desta natureza (...) até o
momento em que a legalização desta droga seja internacional", explicou
Fernández Huidobro.
Homicídios
Para justificar a decisão, o ministro citou o aumento de homicídios em acertos
de contas entre delinquentes, que considerou "um sintoma claro do
surgimento de certos fenômenos que antes não existiam no Uruguai".
Entre janeiro e maio de 2012, foram registrados 133 homicídios em todo o país,
o que representa um aumento de 70% em relação aos 76 casos denunciados no mesmo
período de 2011.
"Esta não é uma ideia original, é algo que estão discutindo" no
mundo, que segue a "linha de (ex-chefe de governo espanhol) Felipe
González", destacou Fernández Huidobro.
Fonte: http://www.band.com.br/noticias/mundo/noticia/?id=100000511713
Fonte: http://www.band.com.br/noticias/mundo/noticia/?id=100000511713


